terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Você faz parte da história de alguém.

  Hoje eu assisti a um filme no cinema que me fez pensar...

  Quem me conhece ou acompanha meus textos sabem da paixão que tenho em escrever. Confesso que com o passar do tempo, venho me perdendo cada vez mais em minhas teorias e palavras, mas, eu sempre acreditei que assim como a profissão que desejo seguir, de roteirista, eu poderia escrever a história inteira da minha vida com mais facilidade.
  De fato, nós somos responsáveis por aquilo que somos e o que vamos ser. Mas, o filme de hoje me fez ter uma certeza que definitivamente ninguém, do mais ágil ao mais "sem noção", está sujeito a não tomar os tapas da vida.
  O que eu quero dizer com tudo isto é que não adianta eu querer revolucionar minha vida inteira, achando que posso ter aquilo que eu almejo, crio e escrevo. E, sei que nem você. Devemos correr atrás, sempre, mas, devemos também ter a consciência de que em nossas vidas cruzaremos com pessoas que não temos a capacidade de fazê-las pensar como nós. Até aqui, estaria tranquilo... afinal, cada um com suas escolhas, mas, nós, de certa forma, dependeremos de escolhas e decisões de outro alguém.
  Acredito que um dos maiores prazeres e objetivos de nossas vidas é o de encontrar alguém que queira dividir um pouco de suas histórias conosco, e mais, deixar fazermos parte dela. Afinal, é extremamente gostoso você ter com quem compartilhar suas alegrias e tristezas. De uma forma ou de outra, nos apegaremos a alguém. É nessa hora, nesse apego, que eu (escritor de minha própria vida) e você, perdemos o controle de nosso próprio roteiro. 

  A decepção proveniente da dependência que criamos de alguém é fator fundamental pra pensarmos que o rumo de nossas vidas não era aquele que planejamos. No filme que vi hoje, por exemplo, o casal que passou a história toda juntos, se mantendo mesmo em meio a uma série de dificuldades, por alguma falha se afastaram... coube a dor do arrependimento e do pensar "como minha vida seria se ele(a) ainda estivesse aqui".
  O que eu quero dizer é que, de uma certa forma, você que está lendo isto é responsável pela vida de alguém (não dono, tá?). Ainda que você não entenda a dimensão disto, decepcionar as pessoas que gostam de você pode lhe custar uma vida ao lado de pessoas que até podem ser boas, mas não eram pra estar contigo. Querido(a), não menospreze os laços de amizade e amor daqueles que por escolha estão ao seu lado. Não deixe que o tempo e a ferida curem cicatrizes que foi você que abriu em outro alguém. Quanto antes perceber isto terá chances de amenizar uma dor de alguém que perdeu o rumo de sua própria história só pra deixar você fazer parte dela.
  Em nossas vidas escolhemos - até certo ponto - se ficaremos ou abandonaremos alguém. Se for pra abandonar, que sejam por motivos reais. Se for pra ficar, escreva capítulos de amor na vida das pessoas que o cercam e mantenham os sorrisos vivos. Eles que importam...  


                                                                             Matheus Araujo Dias

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Quando perdemos o controle...

  Eu não sei se você já sentiu esta sensação, mas eu sinceramente espero que eu não esteja neste barco sozinho. É estranho, é desconfortável... 
Quando olho para trás eu sinto que eu era mais interessante. Eu tinha o controle das situações, as palavras certas pra dizer e o melhor, o controle - na maioria das vezes - do meu próprio emocional, do meu próprio eu. Não sei se por que quando a gente cresce as situações embaraçadas se potencializam de uma tal forma a ponto de você perder o controle delas ou talvez realmente erramos em algum ponto. Não sei... eu só me sinto extremamente atingido. Eu não estou vivendo aquilo que eu esperava pra mim, e sonhava quando eu era um moleque.
  Pela ordem natural, imagino eu, quando crescemos devemos aprender a encarar as perdas de forma mais clara, madura. Mas, o que é maturidade quando se trata da dor da perda? Será mesmo que a maturidade está em ignorar o fato que você perdeu? 

  Eu perdi...
  Mas, por outro lado, existem coisas que não mudam, não é verdade? Passam-se anos e anos e continuamos com a velha crença no ser humano. Não estou dizendo que isto está errado. Se for pra não acreditar mais em ninguém não teríamos motivos nenhum em viver, conviver... mas, existe um momento em toda crença que é o momento do choque. É o momento do "Opa! Não esperava por isto". Permita-me ser mais claro: acreditar em algo envolve riscos de se decepcionar se suas expectativas não são alcançadas. Da mesma forma é acreditar em alguém...
  E não me venha com esta teoria de que podemos não criar expectativas demais. Nós somos seres humanos, e, em algum momento de nossas vidas (se não o tempo todo) estamos confiantes em alguma coisa ou alguém. Queremos acreditar que as pessoas nos tratarão da mesma forma que a tratamos. Queremos acreditar que as coisas vão dar frutos rápidos e suficientes o bastante comparado as sementes que plantamos. Queremos acreditar que nossa maturidade nos ajudará a encarar a vida de peito aberto. 
  Não quero te decepcionar, até por que a vida se encarrega disto, ok? Tudo que eu quero, neste texto, é que você entenda que perder o controle, ainda que seja difícil, é uma oportunidade de retorno. Sabe, tem vezes que seguir a vida também é parar e respirar. Você é humano, precisa se reorganizar, se equilibrar. Se perdeu o controle, não se desespere pra colocar as coisas no eixo. Seja o seu eixo. O momento de parada é momento de reflexão. Continuar andando,  sem saber pra onde está indo, é correr o risco de percorrer um caminho que não é teu. É correr o risco de se perder mais. E tudo que não podemos perder nessa vida é tempo por conta de pessoas e situações que já tomaram nosso tempo demais. 
 Um dia encontrarei meu caminho. Enquanto isto, desejo que encontre o teu.  

Matheus Araujo Dias