quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Os velhos questionamentos sobre o amor

A complexidade da palavra amor está no simples fato de não conseguirmos defini-lo com perfeição. A gente pode até ter uma pequena noção (ou achamos ter) do que é, mas, não encontrei ninguém que se arrisque dizer saber qual é a fórmula exata para amar. 
É claro que para se manter um amor é necessário uma série de ingredientes como o cuidado, o companheirismo, doar suas próprias vontades e abdicar algumas coisas que não agradam o parceiro. Mas, e quanto a fazê-lo acontecer, começar a amar, será que isto é algo que é realmente criado por nós ou simplesmente acontece? 
Existem dezenas de perspectivas que podem até comprovar que o amor pode vir do convívio, de que é uma escolha, mas, acredito que até mesmo pra escolher você precisa de um ingrediente que seja sorte. Digo isto porque, não é sempre que somos convictos de nossas escolhas. Às vezes, não conhecemos bem a pessoa que escolhemos amar pois tudo que ela nos apresenta pode ser simplesmente o que ela permite apresentar, entende? Escolher uma pessoa e acertar em cheio nesta escolha pode ser um fenômeno cada vez mais raro nos dias atuais. 
Muitas das vezes as nossas escolhas são forçadas por nós mesmos a acontecer. Permita-me fazer uma analogia simples: escolher um amor, certas vezes, pode ser como escolher um sapato. Sabe, aquele sapato que você olha na vitrine, é perfeitamente lindo, mas quando vai comprar não é seu número. Insistir na escolha é o mesmo que optar por levar o sapato pra casa, ainda que seja uma numeração menor que a sua. Você vai usar, vai espremer seus dedos de uma forma que minta para si mesmo que está confortável com sua nova aquisição. Depois de um tempo de uso, percebe que aquele sapato criou bolhas em seu pé. De mesmo modo, insistir em amar alguém só pelo simples fato de sentir-se compromissado, é criar marcas de frustrações, assim como as bolhas no pé. 
Não que eu queira dizer que nós não devemos arriscar, não é isso. Quem sou eu para questionar as escolhas de alguém? Talvez esta minha perspectiva do sapato errado seja uma desculpa para um medo que criei inconscientemente dentro de mim, ou talvez não, seja o que evite que eu me decepcione fácil. Entretanto, ninguém está imune de decepções. Nem aquele que passou a selecionar bem seu parceiro, nem mesmo aquele que sem compreender sentiu um amor avassalador por outro alguém. Acredito que o importante na vida é tão somente amar e que isso seja de verdade!
Se amor for uma construção de sentimento em que ambos são sinceros nessa nova tentativa, tudo bem. Se não forçam absolutamente nada, tudo bem. Se não fazem juras de amor que sabem que ainda não são reais, tudo bem. Tudo bem não acordar amando. Tudo bem acordar se questionando. Ei, tá tudo bem... 

Mas, quando sentir que o amor se instalou, abraça-o forte. Amar é quase que um fenômeno surreal. Quando amamos, nos sentimos vivos e não temos necessidade nenhuma de entender o motivo de nos sentirmos assim.
Matheus Araujo Dias